Projeto Memorias

segunda-feira, 25 de março de 2013

ABGUAR BASTOS

Abguar B. Damasceno Bastos. Há duas datas registradas do nascimento do escritor: no livro Introdução à Literatura no Pará (da Academia Paraense de Letras) ele nasceu em 23 de janeiro de 1904; já no livro Dicionário de Escritores (Afrânio Coutinho) a data é de 22 de novembro de 1902. Faleceu em São Paulo em 26 de março de 1995. Foi um dos brasileiros mais brilhantes do século XX, tanto na Literatura quanto na Política, com extensa obra. Foi promotor público e tabelião no Estado do Amazonas. No Pará, foi jornalista e também Secretário da Junta Governativa Militar, em seguida, Chefe de Gabinete da Interventoria Federal (1930/1931). Titular do Segundo Cartório de Registro Civil da Capital e eleito deputado federal pelo Pará (1936/1937) até o fechamento do Congresso Nacional pelo presidente Getúlio Vargas.
Abguar Bastos foi um dos fundadores e presidente da UBE — União Brasileira de Escritores de São Paulo em 1942. Foi também membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e de São Paulo. Pertencia às Academias Paraense, Amazonense e Paraibana de Letras. Recebeu o Prêmio Nacional Juca Pato, em São Paulo, como Intelectual do Ano, em 1987.
Ainda jovem, lançou na revista Belém Nova (dirigida por Bruno de Menezes) o Manifesto Flaminaçu, para solidificar o Modernismo de 1922, sendo um dos que melhor representou o Modernismo na Amazônia. Seu romance Terra de Icamiaba foi muito elogiado por críticos da época, chegando a ser comparado ao romance Macunaíma, de Mário de Andrade. Paulo de Oliveira disse que Abguar era um escritor dono de cultura invejável, conhecedor dos segredos da arte poética, ímpar, sem imitar ninguém. Recebeu várias premiações, dentre elas a Medalha de Cultura D. Pedro I e Medalha Euclides da Cunha.

Publicações:
Romance — Terra de Icamiaba, 1931; Certos Caminhos do Mundo, 1936; Safra, 1937.
Novela — Somanlu, o Viajante da Estrela; Cenci e Setrestelo; Jurupari, o Heroi das Sete Florestas; Quatro Fogos.

Sociologia, história e folclore — História da Política Revolucionária do Brasil — 1900-1932; A Pantofagia ou As Estranhas Práticas Alimentares na Selva; Prestes e a Revolução Social; Introdução à Litofábula; Mapa Nacional do Folclore; A África em nossa Linguagem; Costumes e Cultos.

ADALCINDA CAMARÃO


       Adalcinda Magno Camarão Luxardo nasceu em Muaná (Marajó) no dia 18 de julho de 1914. Faleceu em Belém do Pará no dia 17 de janeiro de 2005.

        Adalcinda foi poeta romântica e compositora. Estudou no Colégio D. Pedro II e também no Instituto de Educação. Despontou como poeta na revista de estudantes denominada “Terra Imatura”, no ano de 1938. Foi fazer seu mestrado em Educação e Linguística nos Estados Unidos em 1956, ficando lá até 1959. Neste mesmo ano foi eleita para a Academia Paraense de Letras para ocupar a cadeira 17, cujo patrono é Felipe Patroni. Era casada com o também membro da Academia Paraense de Letras, Líbero Luxardo, com quem teve um filho. Morou nos Estados Unidos, onde trabalhou como professora de Português para estrangeiros. Ensinou também literatura brasileira e portuguesa de 1960 a 1965.

      Lecionou em algumas universidades e centros de ensino americanos, tais como: Georgetown University, American University, Graduate School of the Agriculture Department, Arlington Adult Education. Também lecionou na Casa Branca para os assistentes dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford nos anos de 1974 e 1975.

        No ano 2000, após 44 anos nos Estados Unidos, a poeta voltou para Belém e faleceu cinco anos depois, com 91 anos de idade.

Publicações:

Educação - Brasil Fala Português. 1964; Comentários no Espaço e no Ar (At the Red Lights, em inglês), 1977).

Folclore - Lendas da Terra Verde, 1956.

Poesia - Despetalei a Rosa, 1941; Vidência, 1943; Baladas de Monte Alegre, 1949; Entre Espelhos e Estrelas, 1953 (Premiado como melhor livro do ano pelo Governo do Estado); Caminho do Vento, 1968; Folhas, 1979; A Sombra das Cerejeiras, 1989; Antologia Poética, 1995.

Teatro - Um Reflexo de Aço, 1955; O Mar e a Praia, 1956.

ALONSO ROCHA


            Raimundo Alonso Pinheiro Rocha nasceu em Belém em 15 de dezembro de 1926 e morreu na mesma cidade em 22 de fevereiro de 2011. Era filho do poeta Rocha Júnior e Adalgiza Guimarães Pinheiro Rocha. Foi casado com Rita Ferreira Rocha, sendo pai de cinco filhos.
 
          Na adolescência fundou a Academia dos Novos, juntamente com Jurandir Bezerra, Max Martins (seu primo) e Antonio Comaru. Foi eleito para a Academia Paraense de Letras no ano de 1963. Desde 1964 participou da diretoria da APL. Foi eleito o quarto Príncipe dos Poetas do Pará, numa eleição em que participaram duzentos intelectuais dos círculos culturais, científicos e sociais do Estado, pessoas essas ligadas às artes e selecionadas por comissão especial formada pelos escritores Georgenor de Souza Franco Filho, Pedro Tupinambá, Victor Tamer e Abelardo Santos. O resultado foi apurado em sessão pública em 08 de outubro de 1987. Alonso Rocha ganhou com a maioria dos votos, totalizando 56,77% do total de votos. Recebeu, em sessão solene em 1989, comenda de 35 gramas de ouro oferecida pelo governo do Estado do Pará.
        Alonso Rocha era um mestre do soneto, sendo considerado um dos maiores dos últimos cinquenta anos do Pará. Recebeu inúmeros prêmios, medalhas e diplomas literários. Sua obra vasta de poesia foi destacada nos vários concursos em que participou, dentre eles recebeu: Palma de ouro no Concurso de Poetas do Mundo Lusíada, da Academia de Poemas de Massachusetts (EUA, 1987) e do concurso Evolução da Cultura Brasileira, na segunda metade do século XX, do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes (Rio de Janeiro, 1993) e também foi 1º lugar do primeiro Concurso Nacional de Poesia do Clube dos Magistrados do Rio de Janeiro (1997).
      Atuou como bancário no sindicalismo de 1954 a 1976, foi membro fundador da Federação dos Bancários do Norte-Nordeste (Recife, 1958) e da Confederação de Trabalhadores nas Empresas de Crédito – Contec (Belo Horizonte, 1958), de onde foi diretor. Só deixou as atividades sindicais em 1976, por recomendação médica.

Publicações:
 
Ensaio - Bruno de Menezes ou a Sutileza da Transição (ensaio em co-autoria com Célia Bassalo, J. Arthur Bogéa, João Carlos Pereira e Joaquim Inojosa), 1994.
Poesia - Pelas Mãos do Vento, Belém. Prêmio Vespasiano Ramos de 1954 da APL e Prêmio Santa Helena Magno de 1955 do governo do Estado do Pará; O Tempo e o Canto, 2009.

ANTÔNIO TAVERNARD


         Antônio de Nazaré Frazão Tavernard nasceu em Icoaraci (na época, Vila de São João do Pinheiro), distrito de Belém em 10 de outubro de 1908, e lá faleceu em 26 de maio de 1936. Foi poeta, contista, dramaturgo e compositor. Estudou no Ginásio Paes de Carvalho. Organizou e fez publicações para o jornal G.P.C. dos estudantes da escola. Em 1926, ingressou na Faculdade de Direito do Pará, mesmo ano em que contraiu hanseníase, doença que o levaria à morte.
       
       Tavernard, ainda que tenha falecido muito jovem, destacou-se na literatura. Seus poemas, contos e crônicas fizeram sucesso na imprensa paraense nas décadas de 1920 e 1930. O livro de contos “Fêmea” foi o único publicado quando o autor ainda estava vivo (reeditado em 2011 pela Editora Paka-Tatu). Seu livro “Místicos e Bárbaros” só foi publicado em 1953, depois de sua morte. Também foi publicado postumamente o livro “Obras Reunidas de Antônio Tavernard, volume I, Poesia. Coleção Literária Paraense”, patrocinada pelo Conselho Estadual de Cultura.

Publicações:
Contos: Fêmea, 1ª. Edição, 1930; 2ª edição, 2011.
Poesia: Místicos e Bárbaros, 1953; Obras Reunidas de Antônio Tavernard, 1986.

ÁPIO CAMPOS


          Ápio Campos Paes Costa nasceu em Belém do Pará no dia 07 de julho de 1927 e faleceu também em Belém em 15 de abril de 2011. Foi poeta, contista, ensaísta, cronista, jornalista, professor, padre e cônego.

          Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e da Academia Paraense de Letras, onde ocupou a cadeira de nº 30. Foi professor do Colégio Paes de Carvalho e do Seminário Pio X. Lecionou no Magistério Superior ministrando as disciplinas de Filologia Românica da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Pará. Também foi professor de Língua Portuguesa no Centro de Estudos Superiores do Pará e foi coordenador do curso de Teologia da Universidade da Amazônia (UNAMA).
Publicações:
 
Textos Católicos - Catecismo eleitoral cristão (doutrina social católica), 1960; Renascer pela água e pelo espírito (exposição sobre o batismo), 1970.
Contos - Olhos dentro da noite, 1959 (Prêmio Terêncio Porto da Academia Paraense de Letras); Fandango, 1967; Os anjos descem no rio, 1996.
Crônicas - Hora do ângelus (crônicas transmitidas pela Radio Clube do Pará), 1962.
Ensaios - A batina no banco dos réus, 1963; Problemas de educação e desenvolvimento na Amazônia, 1968; Crise ou falência da educação cristã?, 1971; O verbo e o texto (estudos linguísticos e literários), 1979; Universidade: Linguagem e Desenvolvimento, 1980; Universidade: Pesquisa e Pós-graduação, 1981.
Ficção - Aquele padre velhinho, 1956.
Poesia - Marítimas, 1955; Cítara em surdina, 1957 (Menção Honrosa da Academia Paraense de Letras); Rosa super rivos, 1958 (Poemas em latim, Prêmio Santa Helena Magno do Governo do Estado do Pará); Canto agônico, 1960; Pastoral das sombras, 1965; Transpoemas, 1979; Árvore do tempo, 1980; Trevos e travos (trovas), 1982; Cantigas pro menino, 1995; Ponte sobre as horas, 1999.

ARTHUR VIANNA

           Arthur Otávio Nobre Vianna nasceu em Belém do Pará em 11 de novembro de 1973 e faleceu no Rio de Janeiro em 11 de setembro de 1911. Estudou no Colégio Paes de Carvalho, antigo Liceu Paraense. Quando estudante, colaborava com artigos para o jornal estudantil “A Mocidade”. Também escrevia para a imprensa local. 
Formou-se como farmacêutico, e foi trabalhar no Serviço Público para sustentar a família, já que o pai falecera quando ele tinha apenas 17 anos. Era também um historiógrafo e literato de grande destaque em sua época. Foi fundador da Mina Literária, da Sociedade de Estudos Paraenses; e também do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Pará. Também foi um dos fundadores da Academia Paraense de Letras e renunciou à cadeira número 1 por julgar-se sem competência literária para tanto. 
Em 1899, foi nomeado diretor da Biblioteca Pública do Estado (que funciona hoje no CENTUR e foi batizada com o nome do escritor). Lá organizou e anexou o Arquivo Público.

Como redator-chefe do “Jornal do Comércio” publicou notícias referentes aos fatos de Belém e à política dominante, isso provocou indisposições com as lideranças governistas da época. Com isso teve que se transferir para o Rio de Janeiro em 1907, onde faleceu em 1911, deixando diversos livros inéditos.

Publicações:

Ensaios - Limites Pará-Amazonas, 1911; Notícias Históricas da Santa Casa de Misericórdia Paraense, 1902.

AUGUSTO MEIRA FILHO


          Augusto Ebremer de Bastos Meira nasceu em Belém no ano de 1915, vindo a falecer na mesma cidade em 1980. Filho do poeta Augusto Meira. Estudou no Instituto Nossa Senhora de Nazaré e fez o curso ginasial no Ginásio Paes de Carvalho. Formou-se em engenharia na Escola de Engenharia do Pará, em 1938. Foi Secretário da Assembleia Legislativa do Pará em 1935. Em 1943, foi nomeado diretor do Serviço Estadual de Água (hoje Cosanpa) fazendo inúmeras melhorias nos mananciais do Utinga e Água Preta, além da rede de bombeamento e distribuição. 
 
        Foi vereador por Belém e chegou à presidência da Câmara Municipal, onde conseguiu aprovação para vários projetos de preservação arquitetônica e paisagística de Belém. Foi membro da Academia Paraense de Letras. Sua contribuição literária é diversificada e vasta. Em seus poemas sempre exaltava a cidade de Belém, tendo recebido o título de “Namorado de Belém”. Ainda que poeta moderno, não deixou de lado o soneto, onde cantou sua cidade e reprimiu aos que a dilapidavam.

Publicações:
Ensaios - Evolução Histórica de Belém do Grão-Pará, 2 volumes, 1976; Mosqueiro — Ilhas e Vilas, Belém, 1978; Contribuição à História de Belém; Bi-Secular Palácio de Landi, 1973; Meu canto de Rua, 1980.

AVERTANO ROCHA


            Raymundo Avertano Barreto da Rocha nasceu em Belém em 27 de outubro de 1883 e faleceu na mesma cidade em 28 de outubro de 1960. Filho de Antônio Gonçalves da Rocha e de Balbina Barreto da Rocha, ambos educadores e mantenedores do colégio Santos Aflitos, muito conceituado na época. Iniciou os estudos no colégio do pai e depois foi para o Rio de Janeiro e Recife terminá-los. Formou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, com distinção e louvor. Foi grande advogado, dividindo seu escritório com Farias Brito e Augusto Meira. Lecionou por quarenta anos no Colégio Paes de Carvalho. Foi Procurador Geral do Estado. Também graduou-se em medicina já aos 46 anos de idade pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, em 1929. Foi membro e presidente da Academia Paraense de Letras, pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará, do Instituto Paraense de História da medicina, entre várias outras instituições. Foi, no final da vida, presidente do Diretório Estadual do Partido Libertador.
Avertano iniciou cedo sua participação em jornais e revistas, com grande produção literária, principalmente crônicas e poesias. Como era bastante patriota, juntou-se à campanha feita pela nacionalização do petróleo, com o slogan “O petróleo é nosso”, cujo grande defensor foi Monteiro Lobato.


Publicações:
Ensaios – Sob o domínio do Direito, 1909; Fragmentos Filosóficos, 1920; Aspectos da Comunidade Luso-Brasileira, 1958.

BENEDICTO MONTEIRO


Benedicto Wilfredo Monteiro nasceu na cidade de Alenquer em 1º de março de 1924 e faleceu em Belém no dia 15 de junho de 2008. Escritor, jornalista, advogado e político. Cursou humanidades no Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré. Graduou-se como bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Pará. Na magistratura, atuou no Ministério Público e chegou a ser Procurador Geral do Estado. Na política, foi vereador em Alenquer e exerceu o mandato de deputado estadual por duas vezes. Foi eleito deputado federal e participou da elaboração da Constituição Federal de 1988. Benedito Monteiro foi cassado durante o Golpe Militar de 1964 quando era Secretário de Estado de Obras, Terras e Águas do Pará. Foi membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e da Academia Paraense de Direito.

PUblicações:
Contos – O carro dos milagres, 10ª edição, 1990.
Direito – Direito Agrário e processo fundiário, 1980.
História – História do Pará, 2011.
Novela – Como se faz um guerrilheiro, 1995.
Poesia – Bandeira branca, 1945; O Cancioneiro do Dalcídio, 1985; Discurso sobre a corda, 1994; Poesia do Texto, 1998.
Romance – A terceira margem, 1983; Aquele um, 1985; O Minossauro, 3ª edição, 1990; Verde vago mundo, 3ª edição, 1991; Maria de todos os rios, 1992; Transtempo, 1993; A terceira dimensão da mulher, 2002; O homem rio, 2008.



BENEDITO NUNES


           Benedito José Viana da Costa Nunes nasceu em Belém no dia 21 de novembro de 1929 e faleceu também em Belém em 27 de fevereiro de 2011. Filósofo, professor, crítico de arte e escritor. Foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará, incorporada posteriormente à Universidade Federal do Pará, e também da Academia Brasileira de Filosofia. Atuou como professor de Literatura e Filosofia em diversas universidades no Brasil, na França e nos Estados Unidos. Publicou artigos e ensaios para jornais e revistas nacionais e internacionais. Depois de aposentado como professor titular de Filosofia da UFPA, recebeu em 1998 o título de Professor Emérito. Neste mesmo ano, foi agraciado com o Prêmio Multicultural Estadão.
 Benedito Nunes recebeu por duas vezes o Prêmio Jabuti de Literatura. Em 1987, pelo estudo da obra de Martin Heidegger, com o livro Passagem para o Poético; e em 2010 pela crítica literária em A Clave do Poético. Neste mesmo ano, ganhou o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.

Publicações:
 
Ensaios - O mundo de Clarice Lispector, 1966; Poesia de Mário Faustino, 1966; Farias Brito: Trovas Escolhidas, 1967; O Dorso do Tigre, 1969; Leitura de Clarice Lispector, 1973; Oswald Canibal, 1978; O Livro do Seminário, 1983; Passagem para o Poético: Filosofia e Poesia em Heidegger, 1986; O Tempo na Narrativa, 1988; A Paixão Segundo GH/Clarice Lispector, 1988; O Drama da Linguagem: uma Leitura de Clarice Lispector, 1989; O Crivo de Papel, 1999; Hermenêutica e Poesia - Pensamento Poético, 1999; A Clave do Poético, 2010; Do Marajó a arquivo: breve panorama da cultura no Pará (obra publicada depois de sua morte), 2012.


BRUNO DE MENEZES


           Bento Bruno de Menezes Costa nasceu em Belém do Pará em 21 de março de 1893 e faleceu em Manaus a 2 de julho de 1963. Foi poeta, jornalista, folclorista. Nasceu no bairro do Jurunas, sendo filho de Dionísio Cavalcante de Menezes e Maria Balbino da Conceição Menezes. Foi um autodidata, tendo cursado apenas o antigo ensino primário no então grupo escolar José Veríssimo. Menino ainda, aprendeu o ofício de encadernador, quando estreitou seu contato com os livros.
          Para sobreviver foi funcionário público estadual, tendo atuado no Tesouro do Estado, na Secretaria de Agricultura, sendio ainda Diretor do Departamento Estadual de Cooperativismo. Como jornalista trabalhou em diversos jornais de Belém como “Folha do Norte” e “Jornal do Povo”. Em 1923, junto a outros escritores, fundou a revista Belém Nova, publicação que divulgava as ideias do Modernismo. Um ano depois lançou Bailado Lunar, livro de poemas escrito sob a égide das ideias modernistas.
 
           Em 30 de maio de 1944 se tornou integrante da Academia Paraense de Letras, da qual depois foi presidente. Integrou ainda o Instituto Histórico e Geográfico do Pará e à Comissão Parense de Folclore. Casou-se com a professora Francisca Santos de Menezes, com a qual teve sete filhos.

Publicações:
Estudo literário – À margem do "Cuia Pitinga": estudo sobre o livro de Jacques Flores, 1937.
 
Ficção - Maria Dagmar (Novela), 1950; Candunga (Romance), 1954.
Folclore - Boi Bumbá: auto popular, 1958; São Benedito da Praia: folclore do Ver-o-Peso, 1959.
Poesia – Crucifixo, 1920; Bailado Lunar, 1924; Poesia, 1931; Batuque, 1931; Lua Sonâmbula, 1953; Poema para Fortaleza, 1957; Onze Sonetos,1960; Batuque (em braile), 2006.

CARLOS ROCQUE


Carlos Alberto Rocque nasceu em Belém em 28 de abril de 1938 e faleceu em 10 de janeiro de 2000. Conhecido como “Repórter da História”, sua vida literária iniciou-se como contista e romancista. Somente depois exerceu o jornalismo, estruturando enciclopédias e importante produção histórica. Atuou como jornalista no Diário de Notícias, no Rio de Janeiro, depois exerceu a profissão em Belém do Pará. Foi eleito para a Academia Paraense de Letras em 1981. Foi o Secretário executivo da comissão responsável pelo traslado dos restos mortais do intendente e senador Antônio Lemos para Belém em 1973. Também foi presidente da Paratur. Nessa época, inaugurou o Museu do Círio (1986) e o Parque Ecológico da Paratur (1987). Secretário da Comissão do Sesquicentenário da Cabanagem e responsável pela construção do Memorial da Cabanagem. Além disso, foi secretário executivo da Comissão do Centenário de Nascimento do ex-Governador Magalhães Barata (1988).

Publicações:

Antologia - Antologia da Cultura Amazônica, 1971.
Ficção - O Poço dos Anseios Perdidos, 1962; Logo depois das chuvas, 1963.

História - Antonio Lemos e sua época, 1973; História dos Municípios do Pará, 1978; Depoimentos para a História Política do Pará, 1980; História de A Província do Pará, 1980; A história do Círio e da Festa de Nazaré, 1981; A formação revolucionária do Tenente Barata, 1983; Cabanagem: epopeia de um povo, 1985; Lopo de Castro e as lutas da Coligação, 1997; Magalhães Barata, o homem, a lenda, o político (1º volume), 1998; Magalhães Barata, o homem, a lenda, o político (2º volume- publicado post mortem), 2006.
Pesquisa - A Grande Enciclopédia da Amazônia, 1967.



CAUBY CRUZ


Nasceu em Belém no ano de 1926 e faleceu na mesma cidade no ano de 1966. Era filho do renomado historiador Ernesto Cruz. Formado pela Faculdade de Direito do Pará, foi jornalista e escritor, dedicando-se à crônica, mas sendo um excelente poeta. Em 1950 foi considerado um dos dez melhores poetas modernistas do Pará, segundo promoção feita pelo suplemento literário do jornal Folha do Norte. Na Academia Paraense de Letras, seu livro A Palavra Esquecida recebeu Menção Honrosa no Concurso Vespasiano Ramos. Em 1955 teve seu livro Os Elementos do Verbo editado pela gráfica Olímpica e lançado pela Editora Livros de Portugal, no Rio de Janeiro.
Era um poeta sensível, apreciador de grandes autores da Literatura Brasileira e Mundial. Machado de Assis e Marques Rebelo eram seus preferidos. Mas, também, apreciava Manoel Bandeira, Rimbaud, Camus e Kafka. Na música, admirava Bach, Beethoven e Debussy como compositores.

Publicações:
Poesia — A Palavra Esquecida, s/data; Os Elementos do Verbo, s/data.

DALCÍDIO JURANDIR







        Dalcídio Jurandir Ramos Pereira foi romancista, jornalista e professor. Nasceu em 10 de janeiro de 1909, em Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó. Faleceu no Rio de Janeiro em 16 de junho de 1979. Mudou-se com a família para a capital, Belém, aos 13 anos de idade.

         Em 1928, foi para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar como lavador de pratos em um restaurante. Logo depois, foi admitido como revisor na redação da revista feminina Fon-Fon, mas sem remuneração.

         Dalcídio ganhou projeção literária com seu romance “Chove nos Campos de Cachoeira”, ganhador do Prêmio Vecchi – Dom Casmurro, promovido por uma das mais importantes revistas literárias das décadas de 1930 e 1940. O autor publicou um conjunto de dez livros, conhecido como Ciclo do Extremo-Norte. Obras como “Marajó” (1947), “Belém do Grão Pará” (1960) e “Primeira Manhã” (1967) são algumas que compuseram o Ciclo. O último volume da série, “Ribanceira”, foi publicado em 1978, um ano antes de sua morte. Ainda em 1972, o escritor foi premiado com o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

         Militante comunista e participante ativo da Aliança Libertadora Nacional, Dalcídio enfrentou perseguições políticas e foi preso algumas vezes na época da ditadura militar no Brasil. Atuou como repórter nos jornais Imprensa Popular e O Radical e na revista Diretrizes. 

          Em 2003, na Casa de Rui Barbosa (Rio de Janeiro), foi criado o Instituto Dalcídio Jurandir, que recebeu dos filhos do autor o acervo de mais de 750 livros de sua biblioteca particular, além de correspondências com Jorge Amado, Graciliano Ramos e com o pintor Cândido Portinari, além dos originais dos romances do autor.


Publicações:

Romance - Chove nos Campos de Cachoeira, 1941; Marajó, 1947; Três Casas e um Rio, 1958; Primeira Manhã, 1968; Ponte do Galo, 1971; Linha do Parque, 1959; Belém do Grão Pará, 1960; Passagem dos Inocentes, 1963; Primeira Manhã, 1968; Ponte do Galo, 1971; Os Habitantes, 1976; Chão dos Lobos, 1976; Ribanceira, 1978.

DE CAMPOS RIBEIRO


         José Sampaio de Campos Ribeiro nasceu em São Luís do Maranhão em 1901. Faleceu em Belém em 1980. Chegou ao Pará com cinco anos de idade. Quando Zacarias de Assunção foi governador do Pará, De Campos Ribeiro exerceu o cargo de Secretário de Educação e Cultura.
Foi eleito para a cadeira 37 da Academia Paraense de Letra, sendo empossado no dia 04 de maio de 1937. Foi presidente da APL por duas vezes (1951/52 – 1968/70). Também atuou como jornalista no antigo jornal “A Província do Pará”, além de redator-chefe no jornal “O Estado do Pará”. Integrou a Associação dos Novos e contribuiu bastante para as revistas literárias “Belém Nova” e “A Semana”. Em 1930, pelo seu talento diversificado, recebeu elogios de Nuno Vieira nas páginas de “A Província do Pará” na década de 1930.

Publicações:
Crônicas – Gostosa Belém de Outrora, 1965.
Ensaios – Olavo Nunes, animador de ternuras e ironias, 1971; Graça Aranha e o Modernismo no Pará, 1973.
Poesia – Em louvor do heroísmo e da bravura, 1924; Aleluia, 1930; Brasões de Portugal, 1940; Horas da Tarde, 1970.

DOMINGOS RAIOL

       Domingos Antônio Raiol nasceu na cidade de Vigia em 30 de março de 1830 e faleceu na cidade de Belém em 29 de outubro de 1913. Quando tinha cinco anos, ficou órfão de pai, o vereador Pedro Raiol, morto em combate contra os cabanos, no Trem da Guerra de Vigia. Tal episódio triste foi relatado por Domingos Raiol em seu livro Motins Políticos
 
      Estudou no Liceu Paraense e formou-se em Direito na Faculdade de Olinda. Exerceu por dois anos a advocacia no Rio de Janeiro no escritório do Visconde de Sousa Franco. 
 
         Foi deputado, em 1864, representou seu Estado na Assembleia Geral, fez parte da primeira Comissão de Orçamento e lutou pela abertura do rio Amazonas à livre navegação e comércio; também governador de várias províncias brasileiras (hoje Estados): Pará, Paraíba, Alagoas, Ceará e São Paulo. Recebeu o título de Barão de Guajará pelo imperador Pedro II, em 1883. 
 
          Foi um dos fundadores da Academia Paraense de Letras e do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Pará, e o primeiro presidente das duas entidades a partir de 03 de maio de 1900.

Publicações:
 
Ensaios - Motins Políticos (ou Históriados Principais Acontecimentos Políticos da Província do Pará desde o Ano de 1821 até 1835), em 5 volumes (1º — Rio, 1863; 2º — São Luís, 1868; 3º — Rio, 1883; 4º — Rio, 1884; 5º — Belém, 1890); Brasil Político (Belém, 1858); Abertura do Amazonas (Belém, 1867); Capítulo da História Colonial do Pará (Belém, 1894); Juízo Crítico sobre as Obras Literárias de Felipe Patroni (Belém, 1900); Visões do Crepúsculo (Belém, 1898).

EDYR PROENÇA


           Edyr de Paiva Proença nasceu em Belém no dia 19 de maio de 1920. Foi escritor, letrista, advogado, bancário, jornalista, cronista e radialista. Cursou o primário nas escolas Arthur Bernardes e Floriano Peixoto e concluiu o secundário no Colégio Moderno. Mais tarde, cursou a Faculdade de Direito do Pará, concluindo esta em 1943.

        Iniciou a carreira de jornalista como repórter esportista, no extinto “O Estado do Pará”. Em 1942, redigia o noticiário da Rádio Clube do Pará, da qual foi superintendente do departamento esportivo. No ano de 1946, passou a trabalhar como locutor esportivo na Rádio Clube, local em que permaneceu por vinte anos.

      Edyr trabalhou também como redator esportivo para os jornais “A Vanguarda”, “Folha do Norte”, “Flash”, “O Liberal” e a “Província do Pará”. No jornal “O Liberal” escrevia uma coluna, intitulada “Rodapé”. Como bancário, Edyr Proença trabalhou no então “Banco de Crédito da Amazônia”.

            Em 1973, compôs o samba “Amor perfeito”, em parceria com sua esposa Celeste e o seu filho Edyr Augusto. Este samba somente foi gravado em 1994 por Macca Maneschy. Em 1975, compôs o samba “Barca da nostalgia” com João de Jesus Paes Loureiro. Neste mesmo ano, a Universidade Federal do Pará fez o lançamento do LP “Edyr Proença”, da série Música e Memória-volume I.

       Algumas das músicas mais marcantes na carreira do cantor foram: Festança; Pororoca; Ana Luiza; Bom dia meu amor; Rua do Poeta; Belém que é Nazaré; Última oração; Meu canto de amor por Belém; Bar do Parque; Momento amazônico; Bom dia Belém; e Amor imperfeito. Fez ainda parcerias com compositores como Ruy Barata, com destaque para a música “A serpente”.

          Nos anos 90, dirigiu o Museu da Imagem e do Som do Pará. Faleceu no ano de 1998. Hoje, o artista dá nome ao Hall localizado no 4º andar do Centur, da Fundação Tancredo Neves, espaço que recebe frequentemente exposições de arte de diversos artistas paraenses.


Publicações:

Crônicas – Coisas do Futebol, 1988; Nem Pelé, nem Romário, nem nada, sem data.

EIDORFE MOREIRA


            Eidorfe Moreira nasceu no dia 30 de julho de 1912 na cidade de Paraíba, hoje João Pessoa. Faleceu em Belém em 02 de janeiro de 1989. Com menos de dois anos, Eidorfe veio para Belém com sua família e aqui participou da vida cultural e acadêmica da cidade. Também se envolveu nas atividades políticas da época. Deu apoio à Revolução Constitucionalista de São Paulo durante a revolta estudantil. Acabou sendo ferido a bala e teve o braço esquerdo amputado.
           Em 1935 começou a publicar na imprensa diária artigos e ensaios. Em 1938, graduou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Pará e em 1939 começou sua carreira no magistério como professor de Economia Política. Ingressou no serviço público em 1945, onde permaneceu até se aposentar. Foi também professor e pesquisador da Universidade Federal do Pará onde exerceu várias funções, afastando-se em 1982.

Publicações:
Ensaios – Conceito de Amazônia, 1958; Sertão: a Palavra e a Imagem, 1959; Amazônia: o Conceito e a Paisagem, 1960; Estado e ideologia, 1960; Ideias para uma Concepção Geográfica da vida, 1960; Presença do Mar na Literatura Brasileira, 1962; O fator social na consideração do solo, 1963; Belém e sua Expressão Geográfica, 1966; Roteiro Bibliográfico do Marajó, 1969; Os Sermões que o Padre Vieira Pregou no Pará, 1970; Visão Geo-social do Círio, 1971; Presença hebraica no Pará, 1972; Kant como geógrafo, 1972; Os igapós e seu aproveitamento, 1976; O Livro Didático Paraense (Breve notícia histórica), 1979; Influências Amazônicas no Nordeste (Reflexos da Fase Áurea da Borracha), 1982; Geografias Mágicas, 1985; Ideias para uma concepção geográfica da vida (obra organizada por Maria Stella Faciola Pessôa), 2012.

ENEIDA DE MORAES



            Eneida de Villas Boas Costa de Moraes nasceu em Belém em 23 de outubro de 1904 e faleceu no Rio de Janeiro em 23 de abril de 1971. Gostava de ser chamada simplesmente de Eneida. Era jornalista, escritora, militante política e pesquisadora brasileira. Porque era filha de um comandante de navios, desde pequena era apaixonada pelos rios e pela Amazônia. Quando criança, obteve o primeiro lugar em um concurso literário para Jovens Escritores com um texto que falava do imaginário de um caboclo amazônida. 
 
             Durante as décadas de 1920 e 1930, escreveu para os jornais O Estado do Pará e Para Todos (RJ) e nas revistas Guajarina, A Semana e Belém Nova, todas em sua terra natal. Aos dezesseis anos, entrou para a Faculdade de Odontologia, graduando-se em 1921 e casando-se nesse mesmo ano. Em 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro e filiou-se ao Partido Comunista do Brasil. Eneida liderou greves e manifestações populares contra o governo federal e o sistema capitalista, que, no seu modo de ver, tentavam oprimir o povo. Fez parte das revoluções dos anos de 1932 e 1935 e por isso foi presa inúmeras vezes durante. Foi torturada e viveu clandestinamente até ser exilada. Conheceu na prisão Olga Benário e Graciliano Ramos, que falou sobre ela no livro “Memórias do Cárcere”. Seu livro História do Carnaval Carioca é considerado pioneiro no assunto. Foi Eneida quem criou o Baile do Pierrô no Rio e em Belém.

Publicações:
 
Poesia - Terra verde, 1930.
Contos - Quarteirão, 1936; Boa noite, professor, 1965.
Crônicas - Paris e outros sonhos, 1950; Cão da madrugada, 1954; Alguns personagens, 1954; Aruanda, 1957; Os caminhos da terra, 1959; Banho de cheiro, 1962;
Ensaio - História do carnaval carioca, 1958; Guia da mui amada cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, 1960; Romancistas também personagens, 1962.

ERNESTO CRUZ


              Ernesto Horácio da Cruz nasceu em Belém do Pará no dia 20 de novembro de 1898 e morreu na mesma cidade em 16 de maio de 1976. Foi um grande historiador, mas também exerceu o jornalismo e dedicou-se à literatura. 
 
       Na Revolução de 1930, com apenas 26 anos, serviu no 26º Batalhão de Caçadores. Foi preso num navio de guerra durante três meses por participar do movimento. Quando acabou a Revolução, Ernesto foi anistiado. Recebeu o título de Historiador da Cidade pela Câmara Municipal de Belém. Foi eleito para a Academia Paraense de Letras e para o Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Também exerceu o cargo de Diretor da Biblioteca e Arquivo Públicos, onde realizou pesquisas e fez a organização da documentação.

Publicações:
Contos - Da Roça (contos e lendas indígenas), s/d.

EUSTÁQUIO DE AZEVEDO

José Eustáquio de Azevedo nasceu em Belém em 20 de setembro de 1867 e faleceu na mesma cidade em 05 de outubro de 1943. Adotava o pseudônimo de Jaques Rolla. Poeta, adorava a noite, reunia-se com poetas, seresteiros, jornalistas, violeiros, em resumo, homens que adoravam a noite para cantar e criar versos. Reunia o que conseguia recordar em livros. Teve uma vida atribulada e passava tal vivência para seus sonetos. Foi um dos fundadores da Mina Literária, uma reunião de homens de letras da época para trocar idéias, declamar versos, discutir literatura. A Mina antecedeu a própria Academia Brasileira de Letras. Reunia os membros em sua própria casa, em 1894, o que deu origem à Academia Paraense de Letras. Quando da criação desta entidade, Eustáquio ocupou a cadeira de número 2.
Viveu 77 anos fazendo versos, mas também foi jornalista tradutor, novelista e cronista.

Publicações:
Antologia - Antologia Amazônica, 1970.
EnsaioLiteratura Paraense, 1990.

GEORGENOR FRANCO

Georgenor de Souza Franco nasceu em Belém do Pará em 1919 e faleceu na mesma cidade em 1985. Estudou sempre na sua cidade. O curso ginasial foi feito no Ginásio Paes de Carvalho. Iniciou na imprensa em 1938, quando escreveu para a coluna literária da Folha Vespertina, era encarregado das Notas Mundanas (pioneiro das colunas sociais). Também foi diretor-secretário da revista Amazônia e colaborador dos jornais paraenses da época: A Província do Pará, O Liberal, Flash, A Vanguarda, Estado do Pará, Folha do Norte, Imparcial e Jornal do Dia. Também escreveu para jornais fora do Pará: Jornal das Letras, O Globo, Correio da Manhã, O Jornal e Jornal do Comércio no Rio de Janeiro; em São Paulo na Gazeta de São Paulo e no jornal A Tarde; O Povo (Fortaleza) e Diário (Poços de Caldas, MG). Além disso, escreveu para publicações em Portugual.
Foi o terceiro Príncipe dos Poetas e ex-presidente da Academia Paraense de Letras, onde se tornou imortal em 1946. Além de poeta, escrevia contos, crônicas e artigos. Na área jornalística, começou como revisor no jornal Folha do Norte, para se tornar depois repórter e colunista.
Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Pará. Exerceu funções públicas extremamente importantes, tais como: Secretário Geral do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura do Pará, oficial de gabinete do Governo do Estado do Pará, Secretário e Estado de Governo (1979/1982). Foi fértil sua contribuição para a Literatura Paraense, recebendo prêmios, medalhas, diplomas e comendas por sua qualidade literária.

Publicações:
Contos e Crônicas – Ouro e Lama; Poeira da minha estrada.
Ensaios - Uma História para a História; Poesia sem Príncipe; Paulo Maranhão, de Torneiro de Metais a Mestre de Estilo; Sonhos de um Poeta, Ferreira de Castro e a Amazônia.
Poesia - Poemas dentro da Noite; Rosa da Noite, Mensagem sem Endereço; A Redenção de um Grande Sofredor Resignado; Noite dos Destinos.

HAROLDO MARANHÃO


Haroldo Maranhão nasceu em Belém em 07 de agosto de 1927 e morreu em Piabetá, no Rio de Janeiro, em 15 de julho de 2004. Era advogado, escritor e jornalista. Filho do jornalista João Maranhão e de Carmem Lima Maranhão. Quando tinha 13 anos, já atuava como repórter do jornal “A Folha do Norte”, de propriedade de seu pai e de seu avô Paulo Maranhão. A livraria Dom Quixote foi fundada por ele na década de 40. Foi diretor, junto com Benedito Nunes e Mário Faustino da revista literária “Encontro”.
Na área da advocacia, exerceu o cargo de procurador da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro (RJ), onde viveu durante 20 anos. Suas obras viajaram o mundo com publicações em Portugal, na antiga Tchecoslováquia e nos Estados Unidos. Em Portugal, teve trabalhos publicados e participou da antologia da Universidade de Praga.
Foi contista, romancista, cronista e novelista. Recebeu os seguintes prêmios: União Brasileira de Escritores (SP); prêmio Guimarães Rosa; “Hors Concours” do Prêmio Fernando Chinaglia; Prêmio Instituto Nacional do Livro; Prêmio Nacional Mobral de Crônicas e Contos; Prêmio José Lins do Rego e Prêmio Vértice de Literatura.

Publicações:
Antologia - Pará, Capital: Belém – Memória & Pessoas & Coisas & Loisas da cidade, 2000.
Cartas - Querido Ivan, 1998.
Contos - A Estranha Xícara, 1968; Chapéu de Três Bicos, 1975; Voo de Galinha, 1980; As peles Frias, 1983; Jogos Infantis, 1986; Senhores & Senhoras, 1989; Feias, quase cabeludas, 2005.
Crônicas - Flauta de Bambu. 1983.
Dicionários - Dicionário de Futebol, 1998.
Infantojuvenis - A Porta Mágica, 1983; O começo da Cuca, 1985; Quem roubou o meu bisão, 1986; Dicionário Maluco, s/d.
Novelas - A Morte de Haroldo Maranhão, 1981; Miguel, Miguel, 1992.
Romances - O Tetraneto Del ReyO Torto, suas idas e vindas, 1982; Os Anões, 1983; Rio de Raivas, 1987; Cabelos no Coração, 1990; Memorial do Fim, 1991.