Projeto Memorias

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

DIONÍSIO JOÃO HAGE




Nasceu no dia 09 de outubro de 1935 na cidade de Santarém no Pará e faleceu na cidade de Belém do Pará em 11 de dezembro de 2006.
Iniciou sua vida pública como professor e também ocupando cargos administrativos ligados ao magistério. oi um escritor preocupado em avaliar as necessidades escolares dos estudantes secundaristas carentes de bibliografias relacionadas, pedagogicamente falando, à região amazônica, tanto no que se refere à história, antropologia e sociologia.
Em 1962, ainda um jovem professor do Instituto de Educação do Pará, escreveu uma História do Pará, livro didático bastante adotado nas escolas.
Sua peça teatral A tragédia do brigue Palhaço, de 1974, baseada no conhecido episódio da Cabanagem, foi montada em 1980 no Teatro da Paz.
Na década de 80, foi deputado federal (de 1983 a 1987 e de 1987 a 1991) e fez várias publicações parlamentares, inclusive como parlamentar constituinte de 1988 e participante de várias comissões do Congresso Nacional.

Após 18 dias de viagem, a expedição chegou ao Pará, a 12 de janeiro de 1616 – conquistando o território, Francisco Caldeira Castelo Branco fundou uma casa-forte e, em seguida, ordenou a construção de um fortim de madeira, na parte mais elevada, que foi batizado com o nome de ‘Presépio’ em homenagem (sic) a data de sua partida do Maranhão, e ergueu um povoado, que foi por ele denominado de ‘Nossa Senhora de Belém’”

Publicações

Pontos de Nossa História (1970); Símbolos do Estado do Pará (1971); Datas e fatos da nossa História (1971);O Círio de N. S. de Nazaré (1971); Roteiro Cívico do Pará (1974); Estudos Paraenses (1993).

ARMANDO BORDALLO



 



Nasceu na cidade de Bragança no Pará em 03 de maio de 1906 e faleceu em 04 de abril de 1991 na cidade de Belém do Pará.
Ex-professor catedrático de Antropologia da Universidade Federal do Pará. Também foi diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi. Pertenceu à Academia Paraense de Letras, onde foi empossado no dia 31 de maio de 1968 para a cadeira de número 23, cujo patrono foi Marques de Carvalho. Também foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Pará.
Começou seus estudos em Bragança. Cursou o resto de sua vida estudantil em Belém, no colégio Progresso Paraense. Cursou Farmácia e diplomou-se em Medicina, sendo o orador da turma. Em 1931 foi nomeado Inspetor Médico Sanitário de Bragança.
Fez estágio no Rio de Janeiro e em Portugal, depois se especializou em vários cursos. Foi presidente de honra da Comissão Paraense de Folclore.
Escreveu poemas, cujo livro inédito chama-se Florilégio da Mocidade.

No sábado de aleluia, entre nós, como em todo o Brasil, Portugal e países de civilização latina e cristã, é costume amanhecer dependurados nos galhos das árvores (em Belém nas mangueiras e postes) grandes bonecos, simulando Judas, que se enforcou depois da traição de Cristo. Há Judas por toda a parte. Muitas vezes esses Judas são encostados às portas da casa de uma determinada pessoa. O boneco tem na mão ou no bolso uma folha de papel; ali está os eu testamento. É uma longa lista de fatos e coisas relacionadas à pessoa visada ou a várias pessoas influentes ou categorizadas”. JUDAS E TESTAMENTOS

Publicações
Contribuição ao Estudo do Folclore Amazônico na Zona Bragantina, Falangola, 1981.

ARMANDO DIAS MENDES






Nasceu em Belém do Pará no dia 03 de junho de 1924 e faleceu em Brasília no dia 15 de junho de 2012.
Diplomou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Pará, em 1948 e de Planejamento Regional, pela Fundação Getúlio Vargas em fevereiro de 1956.
Era advogado, economista, auditor do Tribunal de Contas do Estado, professor da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Autuariais da UFPA; Vice-Diretor da Faculdade no período de 1958-59 e Diretor no período de 1959-64. Foi membro técnico do setor de crédito e comércio em 1961-62 da SPVEA; Presidente do Banco da Amazônia S/A (1964-67); Integrante do Grupo de Trabalho do Ministério do Planejamento, como diretor do Banco que criou a SUDAM.
Como político, foi vereador na Câmara Municipal de Belém de 1948 a 1951, sendo líder da oposição. Também foi deputado de 1951 a 1954, sendo líder da situação.
Armando Dias estimulou o envio de economistas formados para o aperfeiçoamento em outras áreas do país e do exterior. Escreveu para várias revistas sobre economia: Revista da Faculdade de Ciências Econômicas do Pará e Revista de Ciências Jurídicas, Econômicas e Sociais da Universidade Federal do Pará. Contribuiu também em jornais da capital.

Publicações
A invenção da Amazônia (1974); Ciência, Universidade e Crise (1981); A cidade transitiva (1998); e O Economista e o Ornitorrinco (2001).

ARTHUR CÉZAR FERREIRA REIS





Nasceu em 08 de janeiro de 1906 na cidade de Manaus e faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 07 de fevereiro de 1993. Filho do jornalista Vicente Reis e de Emília Ferreira Reis. Formou-se em Direito, iniciando seu curso na Faculdade de Direito do Pará e concluindo na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1927. Em 1939 veio para Belém residir e lecionou nos colégios Progresso Paraense, Moderno e Nossa Senhora do Carmo, também colaborou nos jornais “O Estado do Pará” e “Folha do Norte”
Era professor, cientista, político, pesquisador, historiador, historiógrafo, advogado, jornalista, membro de várias academias e sociedades nacionais e internacionais. A maioria de suas obras retratam sua terra amada, a Amazônia, e sua gente. Sempre teve a preocupação de verificar e constatar a veracidade dos fatos, passando ao leitor a certeza de estar diante de um cientista e historiador que busca nos fatos do passado a relação com o presente e a projeção para o futuro. Com uma farta publicação de algumas dezenas de livros, sempre ligados, direta ou indiretamente, à temática amazônica.
Foi Superintendente do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (embrião da atual SUDAM), Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA/CNPq, Delegado do Brasil em várias Conferências de âmbito internacional; Governador do Estado do Amazonas.
A vida pública e a vida intelectual de Arthur Cézar Ferreira Reis ajustam-se e valorizam-se de maneira recíproca. Seu êxito político é a comprovação da inteligência e do preparo.

“A Amazônia, nos dias que se seguiram à sua incorporação ao Império viveu uma experiência dura. A incorporação não fora realizada facilmente. O elemento português não se decidira a ceder, acompanhando o pronunciamento do príncipe dom Pedro. Ao contrário, resistira o quanto pudera. Por todos os meios ao seu alcance, tentara reter em suas mãos a região. A força das armas, dera a impressão de que alcançara êxito.”
Os Ingleses sugerem a secessão (in Síntese da História do Pará)


Publicações
Historia do Amazonas – Manaus, 1931; Manaus e outras vilas – Manaus, 1934; A Política de Portugal no Vale Amazônico – Belém, 1939; Lombo D´Almada, um estadista colonial – Manaus, 1940; Paulistas da Amazônia, e outros ensaios – Rio, 1941; D. Romualdo de Souza Coelho – Belém, 1941; Síntese da História do Pará – Belém, 1942; História de Óbidos – Rio, 1945-1949; Limites e demarcações na Amazônia Brasileira, 4 vols. – Rio, 1947/48/59; Monte Alegre, Aspectos de sua formação – Belém, 1950; A Amazônia que os portugueses revelaram ao mundo – Rio, 1957; Guia histórico dos municípios do Pará – Rio, 1958; Amazônia e o mundo atual – Rio, 1967; Santarém, seu desenvolvimento histórico – Rio, 1979.

CLÓVIS OLINTO DE BASTOS MEIRA





Nasceu em Belém do Pará em 1º de julho de 1917. Faleceu em 29 de abril de 2002 na mesma cidade. Foi casado com Jovina de Bastos Meira. Estudou o curso secundário no Ginásio Paraense, atual Colégio Estadual Paes de Carvalho. Filho de José Augusto Meira Dantas (Augusto Meira) e Anésia de Bastos Meira.
Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará e formou-se em 1940. Foi eleito 1º Vice-Presidente da União Nacional de Estudantes. Também se elegeu Presidente do IV Congresso Nacional de Estudantes (1940).
A partir de 1942, começou a exercer suas atividades profissionais em Belém. Entre os anos de 1945 a 1950 foi Diretor da Santa Casa de Misericórdia do Pará. Também foi Diretor do Pronto Socorro Municipal por várias vezes. Diretor do Instituto Bom Pastor, educandário correcional para meninas. Membro do Conselho Penitenciário do Estado do Pará desde 1960. Presidente da Sociedade Pró-Mater do Pará e do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, sendo eleito Conselheiro desde a instalação em 1958. Catedrática da Cadeira de Medicina Legal da Faculdade de Direito do Pará. Ex-Professor da Escola de Enfermagem do Pará. Membro da Ordem dos Peritos Médicos do Brasil; da Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará; da Sociedade Brasileira de Criminologia; titular da Academia Brasileira de Ciências Médico-Sociais; Membro do Grupo Brasileiro da Association Internacionale de Droit Penal. Membro da Academia Paraense de Letras, na qual também exerceu o cargo de presidente.

ELEGIA AO AMIGO MORTO
À Memória de Paulo Morelli
E a morte?
Ontem estavas alegre, sorridente
Longe pensar na zombaria da sorte;
Tudo era vida, amor ardente...
Hoje, imóvel, nenhuma estrela ao norte
e o coração bate, o amigo sente.
Tudo é silêncio, tu que era um forte...
Partiste sem nos dizer adeus,
A fagulha de vida, de repente,
Célebre caminha pelos céus
Buscando certamente,
Implantar outras sementes.
Eras bom,
Amigo de teus amigos,
Servo de teus doentes, pai sempre presente
Na alegria e na dor.
Agias cm carinho e muito amor.

Viveste, plantaste a esperança
Tua imagem permanece indelével
Em todos os corações
É a morte: a vida em recordações.”

Publicações
A Lira na Minha Terra: Poetas antigos e contemporâneos no Pará, 1994; O Silêncio do Tempo, 1988; O Tempo Passou, 1990; Vultos e Memórias do Eterno, 1988; Passeio Sentimental pela Belém Antiga; Introdução à Literatura no Pará.

CLÓVIS MORAES REGO




Clóvis Silva de Morais Rego nasceu em Belém em 11 de outubro de 1925. Faleceu na mesma cidade em 18 de fevereiro de 2006. Foi escritor, professor, pesquisador e historiógrafo. Ocupou cargos públicos como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Chefe do Gabinete Civil do Governador do Estado, presidente do Conselho Estadual de Cultura. Foi professor Honoris Causa da Universidade Federal do Pará (UFPA). Integrou a Academia Paraense de Letras (APL), cadeira número 22 e também foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Pará.
O jornalista Pádua Costa, já falecido, assim falou sobre Clóvis Rego: “(...) sua atividade intelectual sempre se posicionou no sentido de transmitir mesagem edificante, resgatando do esquecimento, atos e personalidades relevantes para nossa memória cultural”. O escritor Otávio Mendonça também reforça o trabalho de Clóvis Rego como biógrafo: “Não conheci até hoje ninguém que tenha, como ele, o gosto e o requinte do detalhe, da minúcia do nome certo e da data exata e o fato bem concatenado”.
Entre seus trabalhos publicados Clóvis Moraes Rego biografou personalidades como Theodoro Braga, Serzedello Correa, Arthur Vianna, Paulino de Brito, Rodrigues Pinagé, De Campos Ribeiro, entre tantos outros.
PUBLICAÇÕES:
História – Subsídios para a história da Assembleia Paraense, 1967; Arthur Viana..., 1971; Theodoro Braga, historiador e artista, 1974; Ignácio de Souza Moitta, juiz e humanista, 1984; Serzedello Corrêa, homem de pensamento, 1989; A singularidade do arrojo em Nicolau da Costa, 1997; A Mina na Literatura Nortista,1997; Subsídios para a história do colégio Estadual Paes de Carvalho, 2002; Pinagé, o poeta e seu canto, 2003; De Campos Ribeiro, o poeta maior que Belém esqueceu, 2004.


FRANCISCO PAULO MENDES





Nasceu em Belém do Pará em 10 de janeiro de 1910 e faleceu na mesma cidade no dia 09 de maio de 1999. Foi um notável professor paraense que se dedicou à arte e à literatura. Formador de grandes poetas, juristas, intelectuais e jornalistas de nosso Estado. Era conhecido por seus alunos como “O mestre que sabia tudo”. Lutava por uma educação de qualidade para todos.
Estudou o curso secundário no Instituto Nossa Senhora de Nazaré e fez o superior na Faculdade de Direito do Pará, onde se formou em 1932. A partir de 1939 começou sua carreira como professor lecionando em vários colégios de Belém, dentre eles o Colégio Estadual Paes de Carvalho, o Instituto de Educação do Pará, Colégio Nazaré, Gentil Bittencourt, Colégio Moderno e Santo Antônio. Foi fundador da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará. Mendes também era um excelente crítico, falava da mediocridade do mundo, dos desmandos da política, sempre atento às mazelas da sociedade.
O professor era frequentador do Café Central, no Central Hotel, localizado na avenida 15 de Agosto (hoje Presidente Vargas) onde passava horas conversando com intelectuais da época, nas décadas de 40 e 50, de uma Belém glamourosa. Foi lá que conheceu a escritora Clarice Lispector, quando morou em Belém por seis meses, no ano de 1944, acompanhando o marido diplomata Maury, em missão no Estado.
Colaborou na imprensa nas revistas Terra Imatura e Novidade, além de dirigir, no período de 1946 a 1952 o suplemento literário do jornal A Folha do Norte . Foi homenageado num livro editado pela Secult e organizado por Benedito Nunes intitulado “O Amigo Chico, fazedor de poetas”, lançado pouco depois de sua morte.
Publicações
Raízes do Romantismo, tese apresentada para ocupar uma cadeira na Escola Normal.
O Amigo Chico, fazedor de poetas, livro-homenagem a Francisco Paulo Mendes (org. Benedito Nunes) Secult, 2001.

JORGE RAMOS


 
Jorge Daniel de Souza Ramos nasceu em Bragança, Pará, em 21 de junho de 1927. Faleceu na mesma cidade em 4 de junho de 1981. Fundador do Jornal do Caeté, poeta, professor, advogado e homem dedicado às letras, Jorge Ramos também foi advogado, promotor público e professor secundário. Como político foi prefeito de sua cidade natal e deputado estadual, cassado pela Ditadura Militar (1964-1985). No Jornal do Caeté fazia de tudo: editoriais, crônicas, noticiário local. A vasta produção literária de Jorge Ramos está – como a de grande parte de seus contemporâneos – dispersa nos mais diversos órgãos de imprensa do Pará e em especial nos suplementos literários da década de 40, muito mais em “O Estado do Pará”. Em 2010, com organização de Celso Luiz Ramos de Medeiros, foi publicada pela Editora Kelps “Toda a Poesia de Jorge Ramos”. Na Antologia da Cultura Amazônica, organizada por Carlos Rocque, vamos encontrar este Poema de Saudade:
Eu trago o coração cheio de saudades. Inúmeras saudades (…)
Dá. Dispersa estas saudades. São todas tuas...
E são tantas...
Porque a vida é finalmente essa saudade imensa, eterna,
dos bons momentos que vivemos
e que nunca mais voltarão...

Publicações:
Poesia – Toda a poesia de Jorge Ramos, 2010.

JOSÉ VERÍSSIMO DIAS DE MATOS






Nasceu em Belém do Pará em 08 de abril de 1857 e faleceu no Rio de Janeiro em 02 de fevereiro de 1916. Patrono da cadeira 24 da Academia Paraense de Letras. Aos 12 anos partiu para o Rio de Janeiro para estudar, mas retornou e em 1877 publicou o folhetim Viagem ao Sertão e A Literatura Brasileira, sua Formação e Destino no Liberal do Pará.
Escritor dos mais notáveis, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896, junto a Machado de Assis. Começou sua vida literária e pública no Pará escrevendo artigos críticos, novelas, estudos e contos na “Revista Amazônia”. Fundou o Colégio Americano, do qual era proprietário e foi diretor.
Passou a residir no Rio de Janeiro e lá ocupou cargos importantes, como o de Diretor do Ginásio Nacional e da Escola Normal, em cujo posto humilde faleceu, deixando como herança sua competência e saber. Era um escritor consagrado.

“- Não chora...
Sentia-se que ele odiava a velha Bertrana. De uma feita, que, ao passar-lhe pela porta da sala, a viu castigar barbaramente a rapariguinha, parou e seus olhos faiscavam coléricas ameaças à velha. Passou-lhe pela mente matá-la naquele momento, mas logo abandonou essa idéia assustado, porque a primeira ação do contato da nossa sociedade com essas naturezas selvagens é torná-las pusilânimes.”
O Crime do Tapuio – fragmento.

Publicações
Quadros Paraenses, 1877; Primeiras Páginas, 1878; Cenas da vida amazônica, 1886; Estudos Brasileiros, literatura, história, geografia e crítica, (1889-1894); Estudos da Literatura Brasileira; Lendas Amazônicas; A Pesca na Amazônia, todos de 1895; História da Literatura Brasileira, 1914-1916; Estudos Brasileiros, 1904; Educação Nacional, 1890; Que é Literatura?, e Outros Escritos, 1907; História da Literatura Brasileira e História Geral da Civilização, ambos de 1916 (póstumos); Letras e Literatos, 1936 e D. Ana, 1939 (póstumos).

JÚLIO CÉSAR






Júlio César Ribeiro de Sousa nasceu no município de Acará em 13 de junho de 1843. Faleceu em Belém no dia 14 de outubro de 1887. Além de escritor, foi professor, jornalista, funcionário público, diretor da Biblioteca Pública do Pará e secretário de Estado, sendo ainda inventor e reconhecidamente valorizado como precursor da dirigibilidade aérea. Em memória a esse paraense ilustre, em Belém, foi denominada avenida Júlio César a via que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Val-de-Cães. Também teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, através da Lei nº 12.446, de 15.7.2011.
Como escritor, além de poeta, publicou uma gramática: “Gramática Poruguesa”, em 1872. Segundo J. Eustáquio Azevedo, ele seria “o primeiro poeta da Amazônia”, por seus textos cheios do colorido local, “grandeza das imagens” e pelo seu “lirismo encantador”. Também era poeta satírico, segundo Eustáquio, o qual exemplifica essa vertente do poeta com o poema “A Bigodeida” e os “51 sonetos cáusticos” reunidos em “Azevedeidas”.

JURANDIR BEZERRA




José Jurandyr de Araújo Bezerra nasceu em Belém do Pará a 13 de março de 1928. Faleceu no Rio de Janeiro a 28 de maio de 2013. Foi poeta, jornalista, professor de Língua Portuguesa. Com apenas 18 anos de idade ingressou na Academia Paraense de Letras (APL), devido ao seu grande talento e premiações que obteve. Como jornalista atuou nos jornais paraenses “Folha do Norte” e “Folha Vespertina” (1947-1961). Neste último ano (1961) foi convidado pelo conterrâneo e então senador Catette Pinheiro, que assumira esse ministério, para trabalhar no Ministério da Saúde, na curta gestão do presidente Jânio Quadros. No mesmo ano transferiu-se para o Rio e trabalhou no Ministério da Saúde até se aposentar, em 1984. Junto a outros grandes nomes da literatura regional, todos já falecidos, compôs a Academia dos Novos. Eram eles: Alonso Rocha, Benedito Nunes e Leonam Cruz, entre outros. Como poeta integrou as seguintes antologias: “Antologia da Cultura Amazônica”, organizada por Carlos Rocque; “Poesia & Porsa”, organizada pela Academia Paraense de Letras; “Introdução à Literatura no Pará”, segundo volume, às páginas 67-73, organizada por Acyr Castro, Clóvis Meira e José Ildone; “A Lira Na Minha Terra”, organizada por Clóvis Meira, e “Poesia do Grão-Pará”, organizada por Olga Savary.

José Ildone diz que a poesia de Jurandir Bezerra é da mesma linha criativa de Abguar Bastos, Bruno de Menezes, Raul Bopp e Ruy Barata: “Descompromissado com rima e metrificação, despezando a linguagem corriqueira, ou puramente descritiva, ele se liberta quanto ao ritmo e assume as riquezas da língua, na pompa das imagens, no adensamento metafórico (...)”. Uma prova disso é o soneto abaixo:

A QUEDA

Eu morava em reu teino e era teu pajem,

Comia flores. E teu mar bebia.
Entendia-te os gestos e a linguagem
E te amava, Senhor, e não sabia.

Tinha asas, e por asas, um dia,
Buscando um lírio que encontrei na aragem,
Minhas asas quebraram-se, na viagem,
E quando eu quis voltar, não mais podia.

Tropecei. E a manhã era tão clara.
Não te ouvi. E falaste-me tão perto.
Bebi teu sangue. E não reconheci
A Tua face que antes adorara.
E o aroma do teu céu que estava aberto
Como este céu sem Deus onde caí.

LEONAM CRUZ






Nasceu em Belém do Pará em 02 de maio de 1925 e faleceu em Belém do Pará no dia 09 de junho de 2011.
Jornalista, poeta e prosador. Formou-se em Direito e atuou na área, sendo advogado da Caixa Econômica Federal (aposentando-se por este órgão), além de Juiz do Tribunal Regional Eleitoral. Pós-graduado em Direito Empresarial pelo Centro de Estudos Sumaré, no Rio de Janeiro.
Foi professor concursado de Direito Social na Universidade Federal do Pará, onde fez pós-graduação em Psicologia da Aprendizagem e Didática e Psicologia Social.
Ainda jovem, foi repórter do jornal O Estado do Pará, dirigido por Santana Marques. Depois escreveu no Suplemento Literário. Contribuiu semanalmente com uma crônica no jornal A Província do Pará.
Foi integrante da Academia dos Novos e ocupou a cadeira de número 06 da Academia Paraense de Letras, empossado em 28 de novembro de 1989, além de diretor da Associação Paraense de Escritores.

POEMA
Para que o poema
Se existe a rosa?
Para que a ternura
Se existe a tarde?
Para que a beleza
Se existe a natureza?
Para que a inocência
Se existe a criança?
Para que a luz
Se existem os teus olhos?

Publicações
Chão sem Asfalto, contos e crônicas; Contos Paraenses, CEJUP, 1988; Novos Contos Paraenses, CEJUP, 1988; Maromba, contos.

LÍBERO LUXARDO











Líbero Luxardo nasceu em São Paulo em 6 de novembro de 1907. Faleceu em Belém a 2 de novembro de 1980. Foi jornalista, político, escritor e cineasta. Como escritor destacam-se de sua produção os romances “Marajó” e “Um dia qualquer”, depois roteirizados. É considerado peça fundamental na renovação da cinematografia nacional. Ganham destaque em sua filmografia o curta-metragem “Aruanã”,além dos longas “Um dia qualquer”, “Marajó, Barreira do Mar e “Três Balas e um Diamente”.
Integrou a Academia Paraense de Letras (APL), tendo ocupado a cadeira de número 26, para a qual foi eleito em 21 de abril de 1961. Luxardo é considerado o pioneiro no cinema na Amazônia, justamente por filmar longas com técnicos e atores regionais e privilegiando temas amazônicos. Até mesmo as trilhas sonoras de seus filmes procuravam exaltar a música do Pará, destacando-se nomes como os de Waldemar Henrique e Paulo André Barata. Abaixo um trecho do romance “Marabá”:


“As matas enchendo-se de picos, que os terçados traçavam em mil direções. Caminhos sem norte, ziguezagueando, imperturbáveis, atrás das grandes caucheiras... Árvores para a sangria das machadinhas e para a derrubada impiedosa. E assim deveria ser, porque em seus troncos está um líquido branco e viscoso que o comércio reclama. Os caucheiros formavam, em seu tempo, uma verdadeira legião de bárbaros, arrasando a vida vegetal e também a vida animal das grande selvas tocantinas”.

Publicações:

ProsaMarajó, sem data; Um dia qualquer, s/d e Marabá, s/d.

MACHADO COELHO










Inocêncio Machado Coelho nasceu em Belém a 17 de maio de 1909. Faleceu na mesma cidade no dia 23 de novembro de 2001. Estudou inicialmente em Bragança (PA), cidade na qual seu pai, que era fiscal dos Correios e Telégrafos, residiu durante alguns anos. Em Belém, seguiu seus estudos no antigo Lyceu Paraense, hoje Escola Estadual Paes de Carvalho.
Foi jornalista, tendo atuado nos jornais Estado do Pará, Folha do Norte e A Província do Pará. Neste último manteve, de 1952 e 1953, a coluna "Sapos e Estrelas". Foi diretor do Museu Paraense Emilio Goeldi na década de 1940. Integrou a Academia Paraense de Letras (APL), o Conselho Estadual de Cultura e o Instituto Histórico e Geográfico do Pará.

PUBLICAÇÕES
ProsaMinhas Canções de Verlaine, 1951; Machado de Assis, 1963; O feitiço na literatura, na arte e na vida, 1963; Sapos & Estrelas, 2005.

MÁRIO COUTO










Nasceu em Belém do Pará a 24 de dezembro de 1920. Faleceu na mesma cidade no ano de 1986. Foi escritor e jornalista, tendo trabalhado nas redações da “Folha do Norte”, “A Vanguarda”, “A Província do Pará” e “O Liberal”. Segundo o escritor Acyr Castro, “foi um dos grandes secretários de redação que os jornais locais jamais tiveram”. Pouco antes da morte do escritor, em 1986, saiu pela Falangola Editora o livro “A sexta dose e as hipóteses”, livro que reúne 31 textos do escritor, os quais são avaliados por Castro como “pequenas joias, que participam do conto,a configurar um escritor dos melhores”.
O livro foi feito a seis mãos pelos também jornalistas Ana Diniz, Regina Alves e João Carlos Pereira, os quais reuniram os textos que foram publicados em jornais paraenses. Seis anos mais tarde sairia “A Grande Viagem”, obra em que o professor Francisco Paulo Mendes, no prefácio, diz o seguinte: “Como acontece com todas as crônicas, as de Mário refletem a época em que foram escritas, suas preocupações, seus anseios, suas expectativas e suas decepções. Constituem fragmentos críticos de determinado momento de nossa sociedade, principalmente se a crônica inspirou-se em acontecimento político ou mesmo em um fait-divers rico em significado”.
PUBLICAÇÕES:
ProsaA Sexta Dose e as Hipóteses (Crônicas), 1986; A Grande Viagem (Crônicas), 1991.