Bento
de Figueiredo Tenreiro Aranha nasceu
nasceu em Barcelos,. Amazonas, em 4 de setembro de 1769 e faleceu a
28 de novembro de 1811. Foi escritor, poeta, autodidata, político,
escrevendo poemas, dramas e discursos. Como assinala Clóvis Meira no
segundo volume de “Intirdução À Literatura No Pará”, Tenreiro
Aranha é “considerado o mais antigo poeta autóctone da planície
amazõnica”. À época em que nasceu o escritor, explica Meira, “o
Amazonas ainda não havia se desmembrado do Pará, momento histórico
que só ocorreu em 1750”, justamente quando o filho de Aranha (João
Batista) tomou posse como governador da nova província.
Literariamente
sua obra está ligada, como observa Clóvis Meira, ao Romantismo. J.
Eustáquio de Azevedo, em seu livro “Literatura Paraense” destaca
as qualidades de Tenreiro Aranha: “(...) aliava às qualidades de
poeta, as de prosador e tribuno, sendo uma prova deste asserto o
breve discurso inserto no volume póstumo de suas obras, e que é um
modelo de estilo clássico apreciável”. Essas obras reunidas foram
editadas em 1850 pelo filho João Batista após a casa deste, em
Belém, no antigo Largo da Memória, hoje praça Infante Dom
Henrique, no bairro de Nazaré, ter sido “varejada pelos cabanos em
1835, e no ano seguinte invadida por soldados do governo”. Abaixo o
soneto escrito pelo poeta e dedicado à memória de sua mulher Maria
Bárbara:
Se
acaso aqui topares, caminhante,
Meu
frio corpo já cadáver feito,
Leva
piedoso, com sentido aspeito
Essa
nova ao esposo aflito, errante.
Dize
como de ferro penetrante
Me
viste, por fiel, curvado o peito,
Lacerado,
insepulto, e já sujeito
O
tronco frio ao corvo altivolante.
Que
no momento inumano, declara
A
mão cruel me trata desta sorte
Porém
que alívio busque a dor amara .
Lembrando-se
que teve uma consorte
Que,
por honra da fé que lhe jurara,
Á
mancha conjugal prefere a morte!
PUBLICAÇÕES
– Obras literárias de Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha,
1989.
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