Projeto Memorias

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

JURANDIR BEZERRA




José Jurandyr de Araújo Bezerra nasceu em Belém do Pará a 13 de março de 1928. Faleceu no Rio de Janeiro a 28 de maio de 2013. Foi poeta, jornalista, professor de Língua Portuguesa. Com apenas 18 anos de idade ingressou na Academia Paraense de Letras (APL), devido ao seu grande talento e premiações que obteve. Como jornalista atuou nos jornais paraenses “Folha do Norte” e “Folha Vespertina” (1947-1961). Neste último ano (1961) foi convidado pelo conterrâneo e então senador Catette Pinheiro, que assumira esse ministério, para trabalhar no Ministério da Saúde, na curta gestão do presidente Jânio Quadros. No mesmo ano transferiu-se para o Rio e trabalhou no Ministério da Saúde até se aposentar, em 1984. Junto a outros grandes nomes da literatura regional, todos já falecidos, compôs a Academia dos Novos. Eram eles: Alonso Rocha, Benedito Nunes e Leonam Cruz, entre outros. Como poeta integrou as seguintes antologias: “Antologia da Cultura Amazônica”, organizada por Carlos Rocque; “Poesia & Porsa”, organizada pela Academia Paraense de Letras; “Introdução à Literatura no Pará”, segundo volume, às páginas 67-73, organizada por Acyr Castro, Clóvis Meira e José Ildone; “A Lira Na Minha Terra”, organizada por Clóvis Meira, e “Poesia do Grão-Pará”, organizada por Olga Savary.

José Ildone diz que a poesia de Jurandir Bezerra é da mesma linha criativa de Abguar Bastos, Bruno de Menezes, Raul Bopp e Ruy Barata: “Descompromissado com rima e metrificação, despezando a linguagem corriqueira, ou puramente descritiva, ele se liberta quanto ao ritmo e assume as riquezas da língua, na pompa das imagens, no adensamento metafórico (...)”. Uma prova disso é o soneto abaixo:

A QUEDA

Eu morava em reu teino e era teu pajem,

Comia flores. E teu mar bebia.
Entendia-te os gestos e a linguagem
E te amava, Senhor, e não sabia.

Tinha asas, e por asas, um dia,
Buscando um lírio que encontrei na aragem,
Minhas asas quebraram-se, na viagem,
E quando eu quis voltar, não mais podia.

Tropecei. E a manhã era tão clara.
Não te ouvi. E falaste-me tão perto.
Bebi teu sangue. E não reconheci
A Tua face que antes adorara.
E o aroma do teu céu que estava aberto
Como este céu sem Deus onde caí.

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