Abguar
B. Damasceno Bastos. Há duas datas registradas do nascimento
do escritor: no livro Introdução à Literatura no Pará (da
Academia Paraense de Letras) ele nasceu em 23 de janeiro de 1904; já
no livro Dicionário de Escritores (Afrânio Coutinho) a data
é de 22 de novembro de 1902. Faleceu em São Paulo em 26 de março
de 1995. Foi um dos brasileiros mais brilhantes do século XX, tanto
na Literatura quanto na Política, com extensa obra. Foi promotor
público e tabelião no Estado do Amazonas. No Pará, foi jornalista
e também Secretário da Junta Governativa Militar, em seguida, Chefe
de Gabinete da Interventoria Federal (1930/1931). Titular do Segundo
Cartório de Registro Civil da Capital e eleito deputado federal pelo
Pará (1936/1937) até o fechamento do Congresso Nacional pelo
presidente Getúlio Vargas.
Abguar Bastos foi um dos
fundadores e presidente da UBE — União Brasileira de Escritores de
São Paulo em 1942. Foi também membro do Instituto Histórico e
Geográfico do Pará e de São Paulo. Pertencia às Academias
Paraense, Amazonense e Paraibana de Letras. Recebeu o Prêmio
Nacional Juca Pato, em São Paulo, como Intelectual do Ano, em 1987.
Ainda jovem, lançou na
revista Belém Nova (dirigida por Bruno de Menezes) o
Manifesto Flaminaçu, para solidificar o Modernismo de 1922, sendo um
dos que melhor representou o Modernismo na Amazônia. Seu romance
Terra de Icamiaba foi muito elogiado por críticos da época,
chegando a ser comparado ao romance Macunaíma, de Mário de
Andrade. Paulo de Oliveira disse que Abguar era um escritor dono de
cultura invejável, conhecedor dos segredos da arte poética, ímpar,
sem imitar ninguém. Recebeu várias premiações, dentre elas a
Medalha de Cultura D. Pedro I e Medalha Euclides da Cunha.
Publicações:
Romance
— Terra de Icamiaba, 1931; Certos Caminhos do Mundo,
1936; Safra, 1937.
Novela
— Somanlu, o Viajante da Estrela; Cenci e Setrestelo;
Jurupari, o Heroi das Sete Florestas; Quatro Fogos.
Sociologia,
história e folclore — História da Política Revolucionária
do Brasil — 1900-1932; A Pantofagia ou As Estranhas Práticas
Alimentares na Selva; Prestes e a Revolução Social;
Introdução à Litofábula; Mapa Nacional do Folclore;
A África em nossa Linguagem; Costumes e Cultos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário