Curiosa e esquecida figura da
Literatura do Pará, Nélio Reis nasceu em Belém em janeiro de 1915.
Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de novembro de 1968. Esses dados
sobre o romancista constam do breve obituário publicado na edição
de 20 de novembro de 1968 no jornal carioca “Correio da Manhã”,
à página 10. Nem mesmo na segunda edição do festejado romance “O
rio corre para o mar”, que data de 1990, encontra-se dados
biográficos do escritor. Advogado e escritor, Nélio Reis dedicou-se
ainda jovem às letras. Em 1936, junto com o também futuro
romancista Josué Montello, maranhense, que aportou no Pará a fim de
estudar e trabalhar, publicou “um conjunto de dezoito pequenos
estudos históricos”. Logo depois, em companhia de Montello, em
dezembro de 1936, viaja para o Rio de Janeiro, onde viveria para o
resto da vida.
Um ano depois, já vivendo em
terras cariocas, Nélio Reis lançaria seu primeiro romance,
“Subúrbio”, logo elogiado pela crítica. Sobre livro, seu
companheiro de geração, Josué Montello diz que Nélio “moço
abastado, sob o influxo da literatura proletária então vigente,
tinha contado uma história de pura imaginação, sem a vivência
correspondente”. Quatro anos mais tarde, coincidentemente no ano em
que outro romancista paraense publicaria seu primeiro livro de
sucesso (Dalcídio Jurandir com “Chove nos campos de Cachoeira”),
Nélio Reis lançaria seu livro mais aclamado: “O rio corre para o
mar”. Segundo Montello, este é o livro da maturidade de Reis como
autor: “Na fluência da língua, no corte e na vida das
personagens, na unidade do entrecho, o romance representava um salto.
(…) Seria ele, ao lado de Dalcídio Jurandir, de Abguar Bastos, o
romancista genuíno, na fase em que a literatura, passando do texto
de denúncia para o texto de testemunho, podia demarcar com nitidez
uma presença genuinamente paraense em nossa evoluçao romanesca”.
PUBLICAÇÕES:
Prosa
– Perfis históricos,
1936; Subúrbio
(romance), 1937; O rio corre para o
mar (romance), 1941.
Nenhum comentário:
Postar um comentário