Projeto Memorias

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

NÉLIO REIS






Curiosa e esquecida figura da Literatura do Pará, Nélio Reis nasceu em Belém em janeiro de 1915. Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de novembro de 1968. Esses dados sobre o romancista constam do breve obituário publicado na edição de 20 de novembro de 1968 no jornal carioca “Correio da Manhã”, à página 10. Nem mesmo na segunda edição do festejado romance “O rio corre para o mar”, que data de 1990, encontra-se dados biográficos do escritor. Advogado e escritor, Nélio Reis dedicou-se ainda jovem às letras. Em 1936, junto com o também futuro romancista Josué Montello, maranhense, que aportou no Pará a fim de estudar e trabalhar, publicou “um conjunto de dezoito pequenos estudos históricos”. Logo depois, em companhia de Montello, em dezembro de 1936, viaja para o Rio de Janeiro, onde viveria para o resto da vida.
Um ano depois, já vivendo em terras cariocas, Nélio Reis lançaria seu primeiro romance, “Subúrbio”, logo elogiado pela crítica. Sobre livro, seu companheiro de geração, Josué Montello diz que Nélio “moço abastado, sob o influxo da literatura proletária então vigente, tinha contado uma história de pura imaginação, sem a vivência correspondente”. Quatro anos mais tarde, coincidentemente no ano em que outro romancista paraense publicaria seu primeiro livro de sucesso (Dalcídio Jurandir com “Chove nos campos de Cachoeira”), Nélio Reis lançaria seu livro mais aclamado: “O rio corre para o mar”. Segundo Montello, este é o livro da maturidade de Reis como autor: “Na fluência da língua, no corte e na vida das personagens, na unidade do entrecho, o romance representava um salto. (…) Seria ele, ao lado de Dalcídio Jurandir, de Abguar Bastos, o romancista genuíno, na fase em que a literatura, passando do texto de denúncia para o texto de testemunho, podia demarcar com nitidez uma presença genuinamente paraense em nossa evoluçao romanesca”.

PUBLICAÇÕES:
ProsaPerfis históricos, 1936; Subúrbio (romance), 1937; O rio corre para o mar (romance), 1941.

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