Projeto Memorias

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

TENREIRO ARANHA


 



Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha nasceu nasceu em Barcelos,. Amazonas, em 4 de setembro de 1769 e faleceu a 28 de novembro de 1811. Foi escritor, poeta, autodidata, político, escrevendo poemas, dramas e discursos. Como assinala Clóvis Meira no segundo volume de “Intirdução À Literatura No Pará”, Tenreiro Aranha é “considerado o mais antigo poeta autóctone da planície amazõnica”. À época em que nasceu o escritor, explica Meira, “o Amazonas ainda não havia se desmembrado do Pará, momento histórico que só ocorreu em 1750”, justamente quando o filho de Aranha (João Batista) tomou posse como governador da nova província.
Literariamente sua obra está ligada, como observa Clóvis Meira, ao Romantismo. J. Eustáquio de Azevedo, em seu livro “Literatura Paraense” destaca as qualidades de Tenreiro Aranha: “(...) aliava às qualidades de poeta, as de prosador e tribuno, sendo uma prova deste asserto o breve discurso inserto no volume póstumo de suas obras, e que é um modelo de estilo clássico apreciável”. Essas obras reunidas foram editadas em 1850 pelo filho João Batista após a casa deste, em Belém, no antigo Largo da Memória, hoje praça Infante Dom Henrique, no bairro de Nazaré, ter sido “varejada pelos cabanos em 1835, e no ano seguinte invadida por soldados do governo”. Abaixo o soneto escrito pelo poeta e dedicado à memória de sua mulher Maria Bárbara:
Se acaso aqui topares, caminhante,
Meu frio corpo já cadáver feito,
Leva piedoso, com sentido aspeito
Essa nova ao esposo aflito, errante.

Dize como de ferro penetrante
Me viste, por fiel, curvado o peito,
Lacerado, insepulto, e já sujeito
O tronco frio ao corvo altivolante.

Que no momento inumano, declara
A mão cruel me trata desta sorte
Porém que alívio busque a dor amara .

Lembrando-se que teve uma consorte
Que, por honra da fé que lhe jurara,
Á mancha conjugal prefere a morte!


PUBLICAÇÕES – Obras literárias de Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha, 1989.

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